1. (Enem 2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em
Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de
sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto
sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo.
Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o
fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre
razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão
(427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa
relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível
entre as duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando
o conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que
razão e sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar
conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de
que a sensação é superior à razão.
2. (Enem 2012) TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os sentidos
eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos
enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São
Paulo: Abril Cultural, 1979.
TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de
que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos
apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível
atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa
suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o
entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam
sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite
assumir que Descartes e Hume
a) defendem os sentidos como critério
originário para considerar um conhecimento legítimo.
b) entendem que é desnecessário suspeitar
do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.
c) são legítimos representantes do
criticismo quanto à gênese do conhecimento.
d) concordam que conhecimento humano é
impossível em relação às ideias e aos sentidos.
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos
sentidos no processo de obtenção do conhecimento.
3. (Enem 2012) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida
de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é
muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que
ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para
não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que
a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o
controle sobre a outra metade.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB,
1979 (adaptado).
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o
exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo
entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao
a) valorizar a interferência divina nos
acontecimentos definidores do seu tempo.
b) rejeitar a intervenção do acaso nos
processos políticos.
c) afirmar a confiança na razão autônoma
como fundamento da ação humana.
d) romper com a tradição que valorizava o
passado como fonte de aprendizagem.
e) redefinir a ação política com base na
unidade entre fé e razão.
4. (Enem 2012) É verdade que nas democracias o povo parece
fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter
sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade
é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer
tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também
teriam tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São
Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).
A característica de democracia ressaltada
por Montesquieu diz respeito
a) ao status de cidadania que o indivíduo
adquire ao tomar as decisões por si mesmo.
b) ao condicionamento da liberdade dos
cidadãos à conformidade às leis.
c) à possibilidade de o cidadão participar
no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação
àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências.
e) ao direito do cidadão exercer sua
vontade de acordo com seus valores pessoais.
5. (Enem 2012) Esclarecimento é a saída do homem de sua
menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de
fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o
próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de
entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a
direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é
o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma
tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de
uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda
a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é
esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado)
Kant destaca no texto o conceito de
Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da
Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa
a) a reivindicação de autonomia da
capacidade racional como expressão da maioridade.
b) o exercício da racionalidade como
pressuposto menor diante das verdades eternas.
c) a imposição de verdades matemáticas, com
caráter objetivo, de forma heterônoma.
d) a compreensão de verdades religiosas que
libertam o homem da falta de entendimento.
e) a emancipação da subjetividade humana de
ideologias produzidas pela própria razão.