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Como diria Fernado Anitelli:
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Mundo de Sofia

É sempre tão confortável aconchegar-se lá embaixo, na pelugem macia do coelho, não é? A partir dessa percepção é que Sofia Amudsen, uma menina que começa a receber estranhas cartas anônimas, com perguntas do tipo “Quem é você?”, “De onde você vem?” ou “Como começou o mundo?”, descobre o quão pouco sabemos sobre este mesmo mundo onde vivemos.
Então ela decide respirar ar puro, lá em cima, nas pontas dos pelos do coelho.
Em O Mundo de Sofia, obra de maior expressão de Jostein Gaarder, somos levados a uma viagem através da história da filosofia e, subitamente, percebemos que algo tão distante e misterioso, pode tornar-se essencial para nossa existência.
Desde Demócrito com a teoria do átomo, até Darwin com a sua teoria da evolução das espécies, passando por Sócrates, Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, René Descartes, Spinoza, Marx, Hegel e outros, conhecemos não apenas a vida desses grandes gênios do passado e suas teorias, mas também entendemos melhor a nós mesmos e aprendemos a pensar de forma muito diferente sobre tudo que nos cerca.
TRECHO DO LIVRO 

A visão mitológica do Mundo

"Olá, Sofia! Temos muita coisa pela frente, por isso é bom começarmos logo.
Por filosofia entendemos uma forma completamente nova de pensar, surgida na Grécia por volta de 600 a.C. Antes disso, todas as perguntas dos homens haviam sido respondidas pelas diferentes religiões. Essas explicações religiosas tinham sido passadas de geração para geração através dos mitos.
Um mito é uma história de deuses e tem por objetivo explicar porque a vida é assim como é.
Ao longo dos milênios espalhou-se por todo o mundo uma diversificada gama de explicações mitológicas para as questões filosóficas. Os filósofos gregos tentaram provar que tais explicações não eram confiáveis.
A fim de entendermos o pensamento dos primeiros filósofos, precisamos primeiro entender o que significa ter uma visão mitológica do mundo. Vamos tomar por exemplo algumas concepções mitológicas aqui mesmo do Norte da Europa. Não há necessidade de ir muito longe para mostrar o que queremos.
Na certa você já ouviu falar de Tor e de seu martelo. Antes de o cristianismo chegar a Noruega, acreditava-se aqui no Norte que Tor cruzava os céus em uma carruagem puxada por dois bodes. E quando ele agitava seu martelo, produziam-se raios e trovões. A palavra “Trovão” — Thor-don em Norueguês — significa originariamente “O rugido de Tor“. Em sueco, a palavra para trovão é aska, na verdade as-aka — que significa a jornada dos deuses no céu.
Quandro troveja e relampeja, geralmente também chove. E a chuva era vital para os camponeses da era dos vikings. Assim, Tor era adorado como o deus da fertilidade.
A resposta mitológica à questão de saber porque chovia era, portanto, a de que Tor agitava seu martelo. E quando caía a chuva, as sementes germinavam e as plantas floresciam nos campos.
Não se entendia porque as plantas cresciam nos campos e como davam frutos. Mas os camponeses sabiam que isto tinha alguma coisa a ver com a chuva. Além disso, todos acreditavam que a chuva tinha algo a ver com Tor. E isto fazia dele um dos deuses mais importantes do Norte da Europa."

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